Quem gosta de moda gosta da história da moda. Por isso, a nova exposição temporária do Museu Yves Saint Laurent é extremamente importante, principalmente para quem se interessa pelo legado do designer e pela moda francesa. Intitulada “Formes” , a exibição detalha as formas, como o próprio nome diz, trabalhadas pelo estilista ao longo de décadas. Claro que eu já visitei e trago detalhes.
Museu Yves Saint Laurent
As mostras temporárias do Museu Yves Saint Laurent, em Paris, trazem sempre novas ideias, com diferentes abordagens. A última foi Gold, que eu já comentei aqui no blog.
Igualmente imperdível, a atual exibição tem como convidada Claudia Wieser. Para abordar formas e as linhas com as quais YSL trabalhou, a artista alemã estudou peças têxteis do acervo do museu e transformou em obras gráficas.
A exposição apresenta cerca de 40 criações do designer, entre looks de alta-costura e prêt-à-porter, além de acessórios e esboços. Todos esses itens ressoam com os quadros de Wieser.
É relevante lembrar que Yves Saint Laurent começou a trabalhar como estilista na maison Dior. Quando Christian Dior morreu, YSL foi nomeado diretor artístico, em 1958, e a primeira coleção que ele apresentou para a Dior foi intitulada Ligne Trapeze, na qual ele criou peças icônicas com silhueta geométrica. Isso demonstra que desde o início da carreira ele tinha apreço por brincar com diferentes formas.
Essas e outras informações históricas da moda estão no meu curso “10 Estilistas que você deve conhecer“.
As formas
Yves Saint Laurent explorava as formas de diferentes maneiras. Não apenas na modelagem das roupas, mas também com a ilusão de ótica que as misturas de tonalidades proporcionam, criando formas dentro das formas.
A partir da década de 1960, o trabalho de YSL englobava um corte aerodinâmico, em meio a linhas bem definidas e cores vibrantes. Sendo assim, a exposição “Formes” explora bastante as tonalidades. Para os interessados e especialistas na temática, a visita é essencial.
Com uma fascinante disposição, as salas são divididas por paletas. Na primeira, por exemplo, estão criações monocromáticas. Esse espaço retrata como o estilista imaginou composições puras e exuberantes, pensadas como superfícies planas.
Outra sala engloba vestidos com mix de cores bem improváveis, como YSL sabia fazer muito bem. Entre os exemplos de looks presentes nessa parte, está o Vestido Cocktail, criado para a coleção de outono/inverno 1965. O modelo é inspirado na arte abstrata e arquitetônica do pintor Serge Poliakoff.
Os visuais escolhidos detalham como o estilista se divertia com formas geométricas. Por meio de fragmentos coloridos e autenticamente repartidos, YSL dava vida a prismas refletidos nas roupas.
Para fechar, um dos ambientes inclui looks em preto e branco. O mix de tons sóbrios sugere movimento na roupa a partir da “ilusão de ótica”. Ao usar linhas simples, a forma prevalece sobre a cor. Além de vestidos, a seção comporta peças de alfaiataria, como blazers e calças.
O icônico visual Mondrian não poderia faltar: foi colocado ao fim da exposição, no escritório de Yves Saint Laurent. Já na sala fixa, com a foto de YSL na porta, é exibido frequentemente o filme sobre a vida do designer.
Conheça: YSL – Formas
A exposição “Yves Saint Laurent – Formes” integra o cronograma da próxima turma do programa Paris Style Week. De 18 a 22 de setembro, o grupo estará na capital francesa comigo. As vagas ainda estão abertas.
A visita guiada ocorrerá em horário especial, antes de o Museu Yves Saint Laurent ficar aberto ao público geral. Trata-se de uma aula excepcional e repleta de informações valiosas. Teremos um tempo exclusivo. Outra maneira de conhecer a exibição é por meio do serviço de concierge, que eu também ofereço em Paris.
Para obter mais detalhes e se inscrever, envie um e-mail para [email protected]. Não fique de fora!