Paris é conhecida como a capital da moda. Os principais conglomerados da indústria foram fundados na França: os concorrentes LVMH e Kering. Com distinções em termos de posicionamento, gestão e marketing, as companhias disputam poder e prestígio. Neste post, explico a trajetória e o desempenho de cada grupo de luxo.
LVMH
A companhia LVMH Moët Hennessy Louis Vuitton foi fundada em 1987, por Henry Racamier e Alain Chevalier. O francês Bernard Arnault, que assumiu todo o negócio após batalhas judiciais, assumiu a presidência do conselho de administração em 1989.
A empresa, que já detinha a Louis Vuitton e a produtora de bebidas Moët & Chandon, passou a adquirir novas marcas e se posicionou em variados ramos, aproveitando-se do prestígio inerente a nomes famosos. Moda, artigos de couro, bebidas, cosméticos, relógios, joias e varejo se juntaram ao repertório.
Atualmente, 75 casas integram o escopo de business. Entre elas, estão as renomadas labels Dior, Kenzo, Loewe, Céline, Fendi, Givenchy e Marc Jacobs. Uma das aquisições mais recentes foi a joalheria norte-americana Tiffany & Co.
Muitas marcas do grupo têm uma longa história, inclusive a trajetória de algumas começou no século 18. Com um forte patrimônio, o LVMH se concentra em manter a exclusividade das etiquetas por meio da constante inovação e expansão em mercados emergentes.
Presidente e CEO, Bernard Arnault ainda desempenha um papel muito ativo nas decisões estratégicas do LVMH. Além disso, a holding investe intensamente em marketing de experiência. O alcance é impulsionado também por meio de parcerias e nomeação de embaixadores/colaboradores.
Kering
A empresa de François Pinault nasceu em 1963, com o nome Pinault Company, para atuar no setor de materiais para construção. Ao longo dos anos, o francês expandiu os negócios para variadas áreas, de seguros à tecnologia.
Nos anos 1990, Pinault entrou em uma disputa para comprar a Gucci, que estava em plena ascensão. Depois de concluir a aquisição da grife italiana, o foco na moda não cessou. Em 2001, a label britânica Alexander McQueen e a espanhola Balenciaga entraram para o repertório do conglomerado.
Em 2013, a companhia ganhou o nome atual, Kering. Atualmente, gerencia o desenvolvimento de uma série de renomadas marcas de moda, artigos de couro e joalheria, como Saint Laurent, Bottega Veneta, Brioni, Boucheron, Pomellato, DoDo, Qeelin e Ginori 1735. O atual presidente e CEO é François-Henri Pinault, filho do fundador.
Um dos destaques no posicionamento é a sustentabilidade. Para além de uma estratégia comercial, a responsabilidade ambiental é um pilar da holding. Em 2021, por exemplo, o grupo anunciou que baniria o uso de pele animal de todas as etiquetas integrantes.
No gerenciamento interno, em comparação com o gigante LVMH, o Kering adota uma abordagem mais descentralizada, ou seja, as casas têm mais autonomia para operar e tomar decisões estratégicas. Outro ponto interessante é o interesse na digitalização do luxo, com cada vez mais e-commerces e campanhas digitais para atingir consumidores mais jovens.
Números dos conglomerados
O LVMH registrou receita de 86,2 bilhões de euros em 2023, o equivalente a um crescimento orgânico de 13% em relação a 2022. Além disso, o lucro das operações recorrentes ficou em 22,8 bilhões de euros em 2023, um aumento de 8%.
Bernard Arnault comentou: “O nosso desempenho em 2023 ilustra o apelo excepcional das nossas maisons e a capacidade de despertar o desejo, apesar de um ano afetado por desafios econômicos e geopolíticos. (…) A nossa estratégia de crescimento, baseada na complementaridade dos nossos negócios, bem como na diversidade geográfica, incentiva a inovação, o design de alta qualidade e a excelência do mercado.”
O executivo também destacou que as expectativas para 2024 são altas e promissoras. Um dos principais motivos é a parceria da empresa como patrocinadora dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Paris 2024. “Para o LVMH, representa uma nova oportunidade para reforçar a nossa posição de liderança global em bens de luxo e promover a reputação de excelência da França em todo o mundo”, garantiu Arnault, em comunicado.
Também no ano passado, com receita de 19,6 bilhões de euros, o Kering teve lucro de aproximadamente 3 bilhões de euros. “Num ano difícil para o grupo, reforçamos a nossa organização e demos passos significativos para aumentar ainda mais a visibilidade e exclusividade das nossas casas. Estamos focados em revitalizar a Gucci, aproveitando a mistura única de artesanato, herança italiana e modernidade que caracteriza essa icônica grife”, destacou François-Henri Pinault, presidente e CEO do conglomerado.
Paris Style Week
Para ver de perto a atuação do LVMH e do Kering, assim como as marcas integrantes de cada conglomerado, a melhor opção é visitar Paris. Apresento uma oportunidade imperdível para experimentar o luxo da moda francesa: por meio do meu curso de moda na capital francesa para brasileiras.
A próxima edição do Paris Style Week, realizada de 16 a 20 de setembro de 2024, já está com um grupo completo. Mas as inscrições estão abertas para quem quer participar da turma de 10 e 14 de março de 2025. Inscreva-se pelo e-mail [email protected] e receba todos os detalhes.