A moda teve uma forte ligação com os Jogos Olímpicos de Paris 2024, desde a organização até os bastidores da competição mundial. Na abertura das Olimpíadas, que ocorreu em 26 de julho, essa sintonia foi exemplificada magnificamente.
Maior patrocinador do evento, o conglomerado LVMH, principalmente por meio das marcas Dior e Louis Vuitton, desempenhou um papel essencial para a beleza da cerimônia. A estilista Maria Grazia Chiuri, diretora artística da linha feminina da Dior, marcou o espetáculo ao vestir artistas como Lady Gaga e Céline Dion.
Além disso, a ocasião destacou inúmeros designers independentes baseados na capital francesa, com Jeanne Friot e Charles de Vilmorin. O espetáculo esportivo — e também fashionista — englobou a Torre Eiffel e a Catedral de Notre-Dame, entre outros pontos turísticos, como cenário.
Cerimônia de abertura das Olimpíadas de Paris
Orquestrada por Thomas Jolly e Daphné Bürki, a abertura das Olimpíadas pode ser definida como um show de moda. Com três horas e meia de duração, a celebração ocorreu às margens do rio Sena, marcando a primeira vez que a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos não foi realizada em um estádio.
Na cerimônia, a bandeira olímpica foi apresentada por um cavaleiro metalizado, usando uma bota futurista. Em referência à Joana d’Arc, o design é de Jeanne Friot, com direito a botas maximalistas desenvolvidas em colaboração com a marca Both.
No telhado do Grand Palais, a mezzo-soprano Axelle Saint-Cirel fez uma interpretação de “La Marseillaise”. Com um look da Dior by Maria Grazia Chiuri, a artista usou um corpete de tule de seda branco e um vestido assimétrico em crepe de seda, prolongado por uma cauda vermelha. Tudo isso foi unido à bandeira francesa em meio a um marcante trompe-l’oeil (ilusão de ótica).
Para a etapa final do revezamento da tocha dos Jogos Olímpicos de Paris, o diretor criativo da linha masculina da Louis Vuitton, Pharrel Williams, foi um dos condutores. O cantor transportou a chama olímpica na Basílica de Saint-Denis.
Vale destacar que o estilista emergente Charles de Vilmorin vestiu mais de 150 participantes para um quadro intitulado Liberté, na abertura das Olimpíadas. A apresentação reuniu um trio usando peças coloridas, em homenagem ao clássico filme da Nouvelle Vague francesa, “Jules et Jim”, de François Truffaut.
Durante a turma de março do meu curso Paris Style Week, tivemos o privilégio de encontrar Charles de Vilmorin, um jovem estilista francês, na La Caserne. Aos 27 anos, ele já é uma figura importante na moda; passou pela Rochas Paris. A trajetória do profissional é marcada por criações impactantes e colaborações diversas.
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Polêmica com Lady Gaga
Em uma criação de alta-costura imaginada por Maria Grazia Chiuri, a cantora Lady Gaga foi uma das estrelas da abertura das Olimpíadas. A norte-americana apareceu com um corpete preto de cetim preto, incrementado por uma saia majestosa feita de penas. Para completar o figurino da Dior, um deslumbrante acessório de cabeça by Stephen Jones.
Acompanhada de músicos e dançarinos, também vestidos pela maison, Lady Gaga homenageou a icônica bailarina francesa Zizi Jeanmaire ao interpretar “Mon Truc en Plumes”. No entanto, a performance causou polêmica nas redes sociais: o público e até o próprio Anthony Vaccarello, atual diretor criativo da Saint Laurent, questionaram se a escolha pela Dior teria sido adequada. Afinal, o look original foi desenhado por Yves Saint Laurent.
No dia da cerimônia, inclusive, Vaccarello fez uma postagem no Instagram em que mostrou o croqui de 1963. “Que vergonha. Não há mais dignidade”, escreveu o estilista no post, que logo depois apagou.
Particularmente, não fiquei chocada com o fato de o figurino novo ser da Dior; eu gostei! Entendo o valor do patrocínio fazendo a festa possível, assim como a relevância da história da moda, mas para mim está tudo bem nesse caso.
Céline Dion na cerimônia
No fim da cerimônia, houve o retorno triunfante de Céline Dion aos palcos. A cantora canadense cantou “Hymne à l’amour”, de Edith Piaf, no alto da Torre Eiffel, criando um momento mágico e inesquecível em Paris.
Imaginado por Maria Grazia Chiuri, da Dior, o vestido haute couture foi uma obra-prima mantida como segredo industrial por todos os envolvidos na confecção. Produzido em georgette de seda branca, o vestido foi bordado com um degradê de paetês e mais de 500 metros de franjas de pérolas prateadas.
Foram necessárias mais de mil horas de trabalho para confeccionar a lendária peça, que brilhou por apenas alguns minutos durante o show. O vestido foi feito sob medida, respeitando as proporções do corpo de Céline e permitindo os movimentos necessários para a perfeita interpretação.
Galerie Dior com Paris Style Week
Tive a incrível oportunidade de ver de perto, a menos de 1 metro, os vestidos que a Dior fez para Céline Dion e Lady Gaga usarem na abertura das Olimpíadas. As peças estão atualmente expostas na icônica Galerie Dior.
Para quem vem a Paris e gosta de moda, esta é uma oportunidade única para ver o savoir-faire, os detalhes e a beleza de vestidos que serão sempre lembrados. Com o grupo de setembro do Paris Style Week, vamos ter a experiência na visita à Galerie Dior.
As inscrições estão abertas para a primeira turma de 2025, com programação de imersão no luxo da moda francesa, de 10 a 14 março. Inscreva-se pelo e-mail [email protected] e receba todos os detalhes.
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